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Prince of Persia ( critica )

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Prince of Persia ( critica ) Empty Prince of Persia ( critica )

Mensagem  Noticias Qui 04 Dez 2008, 01:13

A Ubisoft agarrou no franchise Prince of Persia, apagou da memória as mais recentes incursões da série e criou uma nova mecânica, dando-lhe vida numa versão revista e alterada do motor de Assassin's Creed. O resultado final é de uma sumptuosidade visual como poucas vezes se viu, apresentando-se com um estilo de jogo único... que irá dar muito que falar entre as hostes dos utilizadores hardcore. Na parte que nos toca, adorámos. Mesmo!
Começando pelo argumento, esqueçam o estilo amargurado do protagonista da anterior trilogia PoP. O herói presente neste Prince é divertido, pertence à classe da ladroagem, perdeu uma burra carregada de ouro e... dá por si com a tarefa de salvar o mundo. Isto porque durante a busca pelo asno tem um encontro com a frágil Elika, princesa guardiã da Árvore da Vida, local onde se encontra aprisionado Ahriman, o deus do mal.
Ou melhor, encontrava-se, pois não são necessários muitos minutos de jogo para que o dito cujo escape do cárcere, corrompendo as vinte cinco Terras Férteis que forma o universo do jogo. Assim sendo, está na mão da dupla de personagens trabalhar em conjunto para devolverem a beleza ao mundo, evitando o apocalipse.
Para isso, terão de andar de terra em terra, descobrindo o local onde se encontra o respectivo boss. Depois há que derrotar a criatura, fazendo com que a cor e vida regressem à parcela de terreno. A partir desse momento, resmas de Sementes de Luz surgem em diversas partes dos cenários, sementes essas que têm de ser apanhadas de forma a conseguirmos aceder a outras Terras Férteis e oferecer novos poderes mágicos a Elika.
Os referidos poderes são essenciais para se conseguir atingir plataformas anteriormente inacessíveis, que abrigam as tais Sementes de Luz, ou seja, contem com muito backtracking, de maneira a amealharem a quantidade necessária de sementinhas. A ordem dos locais visitados fica ao gosto de cada um, o que oferece um sabor não linear a este Prince of Persia.
Aqueles que apenas observam o jogo a rodar no ecrã da televisão terão sensação que estamos a realizar os mais complicados dos movimentos. Mas digamos que não é bem assim. A mecânica criada é absolutamente intuitiva, bastando simples toques nos botões e no stick esquerdo para realizarmos as mais espectaculares das acções. Saltar de poste em poste, de plataforma em plataforma, de parede a parede e correndo de lado pelas mesmas, desafiando as leis da gravidade... tudo tão espectacular quanto acessível.
Basicamente, o desafio encontra-se no estudo do cenário, descobrindo os pontos certos, e dando vida aos movimentos correctos, que nos levam até ao ponto desejado, aproximando este Prince de algo semelhante a um puzzle game de plataformas. E acreditem que há locais realmente complicados de serem atingidos.
As acções são feitas em conjunto com Elika, com a rapariga a ser maravilhosamente integrada na acção, nunca interferindo com a jogabilidade. Por exemplo, um salto para uma plataforma impossível de ser atingida com um simples pulo está agora acessível ao herói, bastando clicar botão correcto em pleno voo, quando o ecrã perde a cor, fazendo com que Elika lhe dê o empurrão necessário. Magnífico.
Esta e outras interacções fazem-se sentir durante a totalidade da aventura. Na verdade, Elika é do melhor que tem surgido ultimamente nos vídeojogos, não sendo poucos os momentos em que ICO nos veio à memória. É complicado não se reparar que a equipa de desenvolvimento foi beber um pouco de inspiração à obra de Fumitu Ueda, oferecendo ao jogo um constante contacto físico entre as duas personagens. Eles tocam-se... ela anda às costas do herói... ele leva-a ao colo... ela agarra-lhe na mão... uma ternura. É impossível não se ficar com o coração derretido, acreditem.
Mas diga-se que Elika é bem menos frágil do que a menina do referido ICO. Para além de saltar quase tanto quanto o Príncipe, ela tem papel preponderante nos combates que dão sinal de si durante a aventura. Já agora, faça-se referência ao facto do franchise ter finalmente duelos que não destoam da restante mecânica. Na verdade, são do melhor que o jogo tem para oferecer.


Última edição por Noticias em Qui 04 Dez 2008, 01:15, editado 1 vez(es)
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Prince of Persia ( critica ) Empty Re: Prince of Persia ( critica )

Mensagem  Noticias Qui 04 Dez 2008, 01:14

Ao contrário do habitual, não é necessário carregar-se aleatoriamente e hiperactivamente nos botões da pad, de maneira a derrotar-se as monstruosidades. Aqui tudo acontece de forma calma e pensada, com a mecânica a assentar num sistema de combos. À disposição encontram-se um botão de ataque com espada, outro para as investidas com a luva de ferro – que atira o adversário pelos ares -, outro para as movimentações atléticas, outro dedicado à defesa e, por fim, um para interagirmos com Elika. As combinações possíveis entre este quinteto são imensas, resultando em bailados de enorme beleza e espectacularidade.
Em vários momentos dos duelos surgem eventos em tempo real, brilhantemente integrados na fluidez do confronto, oferecendo um toque cinematográfico aos momentos. Apesar de um pouco repetitivos, gostámos muitíssimo.
Voltando a Elika, voltamos a referir que a presença da rapariga é em todos os sentidos soberba, até em situações que pouco têm a ver com a mecânica. Por exemplo, não chocamos contra ela... tocamos gentilmente nela para a afastarmos do caminho. São situações de carinho como esta que fornecem uma magia muito especial a Prince of Persia. Pelo meio, pressionando num dos triggers, as duas personagens podem entrar em longos diálogos, dando-se a conhecer melhor um ao outro... e a nós também. E refira-se que os ditos diálogos não maçam absolutamente nada, muito pelo contrário.
Mas como referimos no início, Prince of Persia promete dar que falar entre as hostes de jogadores hardcore, isto porque não são apresentadas grandes dificuldades, com os erros cometidos a serem imediatamente desculpados, isto porque o protagonista não morre. Nunca. Ele até cai no vazio... para ser imediatamente salvo por Elika, que o leva de regresso até à plataforma onde se encontrava. E como os checkpoints são constantes, digamos que regressa 30 segundos atrás no cenário. O mesmo acontece durante os combates, com o herói a nunca cair por terra.
Este facto retira a sensação de perigo iminente à aventura, com os muitos momentos de tentativa e erro a não se fazerem acompanhar pelo aumento do ritmo do cardíaco do utilizador, pois a asneira não tem más repercussões. É pena. A Ubisoft poderia ter encaixado a possibilidade de escolha do nível de dificuldade, agradando assim a gregos e a troianos, com os salvamentos praticados por Elika a poderem ser retirados pelos mais batidos nestas lides.
Mas mesmo com este senão, é impossível não se ficar conquistado por esta obra de arte digital. E acreditem que é arte pura, bastando meia dúzia de minutos a olhar para o seu visual para nos apercebermos que estamos perante uma pintura em movimento.
Sem grandes exageros, Prince of Persia é dos jogos mais bonitos que já passaram por qualquer consola. Os cenários são de uma magnificência digna de registo, com o destaque a ir para os momentos em que voltam a ganhar vida, após se ter derrotado um dos bosses. É aí que ficam polvilhados por um colorido digno de morrer. Na verdade, o estilo pintura que acompanha a obra de lés a lés é formidável. Fascinante. Lindo.
As personagens não destoam da altíssima qualidade das localidades, não faltando pormenores responsáveis por lhes oferecerem muita personalidade, tanto a nível de protagonistas, bem como de inimigos. Entre estes últimos destacamos o formidável design dos bosses. Como complemento, trazem consigo uma enorme variedade de animações únicas, dando a sensação que estamos perante um desenho animado interactivo de elevado nível de produção.
Como dissemos no início, a acção acontece tendo como fundo o motor de Assassin's Creed, que aqui se porta bem melhor do que aconteceu no jogo original. Ou seja, a fluidez é quase constante, mesmo na versão PlayStation3. Excelente.
Em termos sonoros, não destoa do ambiente visual. Os diálogos são razoavelmente bem interpretados e a banda sonora extremamente bonita. Os efeitos assentam bem nas acções praticadas.
Conclusão, apesar das facilidades apresentadas, ficámos completamente apaixonados por Prince of Persia. É lindo de morrer. É espectacular. É uma experiência memorável. É diferente na media certa. É uma ternura. É um dos grandes jogos deste ano. Simplesmente obrigatório.
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