Buzz! Ginástica Mental

A Sony decidiu seguir as pisadas da Nintendo, lançando para a sua portátil um jogo ao estilo de Brain Training. Inteligentemente, adaptou ao género um dos seus franchises mais casuais, fazendo com que a obra seja imediatamente reconhecida na prateleira das lojas. Obviamente que estamos a falar de Buzz!. E não sendo um título obrigatório, longe disso, digamos que tem condimentos para entreter durante viagens em transportes públicos e momentos passados na sala de espera de consultórios e repartições de finanças.
Ao contrário das incursões do Dr. Kawashima, Ginástica Mental aposta num estilo menos sério, com o bom velho Buzz a mostrar-se irritante como sempre, proferindo um chorrilho de graçolas sempre que dá sinal de si antes de cada prova.
As ditas provas - 16 no total - assumem a forma de treino cerebral, encontrando-se divididas através das secções de Cálculo, Observação, Análise e Memória. O funcionamento é semelhante para todas, com o lado esquerdo do ecrã a servir de local para a “pergunta” e o direito para as respostas, respostas essas distribuídas pelos botões da frontais da PSP. Apesar de ser um pouco repetitivo, referir-se que mais simples e imediato é impossível.
Os desafios variam entre contas, acertar no ícone presente em maior número, memorizar sequências de sons, acertar na peça de puzzle que esteve em destaque no ecrã durante alguns segundos, recordar a carta em falta,acertar nas imagens que se encontram em parelhas e identificar partes de padrões colocados no quadrado de “perguntas”, só para vos darmos alguns dos muitos exemplos possíveis.
Cada uma das provas pode ser usufruída em três níveis de dificuldade, com o mais elevado a ser realmente complicado de ser dominado. Para tornar os desafios ainda mais puxados, há que lidar com um cronometro em contagem decrescente, ou seja, a coordenação olhos/dedos é colocada à prova em todos os segundos de Ginástica Mental, o que não deixa de ser engraçado e algo viciante.
No que toca a modos, o destaque vai para o Treino, local onde escolhemos o desafio que mais agrada a cada um e respectivo nível de dificuldade. É aí que se tentam bater recordes prévios, desbloqueiam-se novas provas quando se atinge determinadas exigências e conquistam-se Prémios Boffin, algo semelhante aos Troféus/Achievements da PS3 e 360. Quem optar por uma incursão no modo Teste irá lidar com uma série de desafios aleatórios, com os resultados a ficarem gravados no histórico de pontuações.
Como estamos perante um título do franchise Buzz! o multiplayer não poderia ter ficado de fora, com um máximo de seis jogadores a poderem entrar em confronto directo, com a portátil a saltar de mãos em mãos. Funciona bem e dá para passar o tempo.
Em termos gráficos, Ginástica Mental é agradável à vista, cumprindo bem as suas funções. Naturalmente que ninguém poderia esperar um God of War, um Clank ou um Daxter, pois aqui quem reina é mesmo a simplicidade e intuitividade da mecânica. Já agora, há que fazer referência ao facto do jogo encontrar-se traduzido na sua totalidade para português, facto que o torna acessível mesmo para aqueles que não têm qualquer conhecimento da língua de Shakespeare.
Em termos sonoros, o aparelho auditivo volta a ser dominado pela presença de Jorge Gabriel, que continua em grande forma no papel de Buzz... no papel do muito irritante Buzz... no papel do desesperantemente irritante Buzz...
Conclusão, Buzz! Ginástica Mental não ficará para a história nem marcará o estilo casual, como aconteceu com Brain Training. De qualquer maneira, não engana ninguém, sendo divertidinho quando usufruído em pequenas doses.